O jornalista e radialista Marcos Vinicius, de 54 anos, viveu momentos de apreensão durante um voo da Azul que precisou declarar emergência devido ao baixo nível de combustível. A aeronave, que vinha de Campinas (SP) para São Luís, enfrentou mau tempo e não conseguiu pousar na capital maranhense nem em Teresina (PI), sendo desviada para Parnaíba (PI), onde pousou em segurança.
Marcos viajava com a família, incluindo sua esposa, sogra, cunhada, sobrinho e sua filha, Dandara Maria, que havia acabado de completar 15 anos. Ele descreveu a experiência como a mais angustiante que já viveu a bordo de um avião.
“No aviso do comandante, o que mais passa pela nossa cabeça é que estamos com nossa família do lado. Você pensa que tudo vai acabar ali. Foi o momento mais tenso da minha vida na aviação civil. Só pensava que estávamos na mão de Deus e do piloto”, contou.
O voo precisou arremeter ao tentar pousar em São Luís e, ao buscar alternativa em Teresina, encontrou condições ainda piores. Com apenas 30 minutos de combustível restante, a aeronave seguiu para Parnaíba, que se tornou a única opção segura.
“E se não fosse possível pousar em Parnaíba? O que seria de nós até chegar a Fortaleza? Não teríamos combustível para isso”, questionou o jornalista.
Após o pouso, os passageiros aguardaram cerca de uma hora pelo reabastecimento. Para Marcos, o incidente poderia ter sido evitado com um planejamento mais preciso, levando em conta as condições climáticas adversas.
“Se a rota já indicava temporais no destino final, um pouso preventivo poderia ter sido feito antes, até que as condições melhorassem em São Luís”, destacou.
Apesar do susto, todos os passageiros desembarcaram em segurança, mas o caso levanta discussões sobre protocolos de emergência e planejamento de voos diante de condições meteorológicas adversas.
Relembre o caso
Um Airbus A320 da Azul precisou declarar emergência por baixo nível de combustível na tarde desta quarta-feira (19) após tentar pousar, sem sucesso, em dois aeroportos diferentes devido ao mau tempo.
O voo AD4781, que saiu de Viracopos (Campinas) às 13h23, inicialmente tentou pousar em São Luís (MA), mas as chuvas com trovoadas e ventos acima de 35 km/h impediram a aterrissagem. A aeronave seguiu então para Teresina (PI), onde a situação meteorológica também inviabilizou o pouso. Diante do cenário crítico, o piloto declarou emergência ao controle de tráfego aéreo e recebeu autorização para desviar para Parnaíba (PI), onde conseguiu pousar em segurança às 17h49.
Em um áudio, o comandante informa ao controle aéreo: “4871 informa mayday fuel”— termo usado para emergências de combustível.
Regras de segurança da Anac
De acordo com as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma aeronave deve ter combustível suficiente para:
✅ Percorrer a rota planejada (de Campinas a São Luís);
✅ Seguir para um aeroporto alternativo (Teresina, no caso);
✅ Voar por mais 30 minutos.
Quando o combustível atinge um nível inferior a essa margem, o piloto deve declarar emergência.
Após o pouso em Parnaíba, a aeronave foi reabastecida e seguiu viagem para São Luís, onde os passageiros desembarcaram em segurança.
Posicionamento da Azul
A Azul confirmou o ocorrido, atribuindo o desvio às condições climáticas adversas e reforçando que todas as decisões foram tomadas para garantir a segurança da operação. A companhia também garantiu que os passageiros receberam a assistência necessária.