Poluição do ar em São Luís ultrapassa limite de segurança e gera alerta

Outro dado preocupante é que as estações de monitoramento da qualidade do ar ficaram inoperantes por 170 dias em 2024.
Poluição do ar em São Luís ultrapassa limite de segurança e gera alerta
Estações de monitoramento da qualidade do ar ficaram inoperantes por 170 dias em 2024 (Foto: Reprodução)

A qualidade do ar em São Luís atingiu níveis alarmantes em 2023, superando em mais de 900 vezes o limite de emergência recomendado por órgãos ambientais. A informação foi divulgada pelo Movimento em Defesa da Ilha, que reúne moradores, pesquisadores e ativistas preocupados com a poluição atmosférica na Grande Ilha.

Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), em determinados períodos do ano passado, a concentração de dióxido de enxofre (SO₂) chegou a 9.392 microgramas por metro cúbico em 24 horas, enquanto o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 40 microgramas por ano. Para efeito de comparação, São Paulo registrou apenas 12 microgramas no mesmo período.

Impactos na saúde

A exposição prolongada a altos níveis de poluição do ar pode desencadear doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas, além de agravar quadros clínicos preexistentes. Crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios são os mais afetados.

Especialistas alertam que cidades que não enfrentaram o problema da poluição no passado registraram aumento de mortes evitáveis e sobrecarga nos sistemas de saúde.

Monitoramento falho e medidas propostas

Outro dado preocupante é que as estações de monitoramento da qualidade do ar ficaram inoperantes por 170 dias em 2024, comprometendo a coleta e a transparência das informações ambientais.

Para enfrentar o problema, está em discussão a criação de um projeto de lei para modernizar e ampliar a rede de monitoramento da qualidade do ar no estado, proposto pelo deputado estadual Carlos Lula, além da realização de uma audiência pública para cobrar soluções do governo e das empresas instaladas na região.

A questão levanta um debate essencial: qual o custo ambiental do desenvolvimento econômico e como equilibrar crescimento com qualidade de vida?

“Em alguns momentos, o nível de dióxido de enxofre (SO₂) chegou a 9.392 microgramas por metro cúbico em apenas 24 horas. O limite recomendado é de 40 microgramas por ano. Só para comparar, São Paulo registrou apenas 12 no mesmo período”, explicou Carlos Lula, citando dados do Movimento em Defesa da Ilha.