Em meio à temporada de maior circulação de vírus respiratórios, a nova edição do boletim InfoGripe, da Fiocruz, traz um alerta: o número de hospitalizações de crianças pequenas aumentou em vários estados do país — especialmente na Região Nordeste.
Na Bahia e no Rio Grande do Norte, os dados mostram incidência moderada a alta de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em menores de dois anos, com forte presença do vírus sincicial respiratório (VSR). O mesmo cenário se repete no Pará e avança para estados do Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo enfrentam níveis muito altos de infecções respiratórias em crianças, associadas ao VSR. O rinovírus também preocupa: ele tem afetado crianças e adolescentes entre 2 e 14 anos em Amapá, Roraima, Mato Grosso do Sul e DF.
A pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, reforça a importância do uso de máscaras em ambientes públicos e unidades de saúde, como forma de conter o avanço dos vírus. “As máscaras N95 ou PFF2 ainda são nossas aliadas. Sintomas gripais devem ser sinal de alerta”, recomenda.
Crescimento da SRAG e cenário geral
De acordo com o boletim, 11 estados estão em situação de alerta, risco ou alto risco de SRAG, com tendência de alta nas hospitalizações até o final de março. A lista inclui Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima.
Desde o início de 2025, já são mais de 28 mil casos notificados de SRAG, com 38,8% deles testando positivo para vírus respiratórios. Entre os casos confirmados, 26,3% são VSR, 29,7% rinovírus e 32,8% Covid-19.
Vacinação chega em momento crucial
A partir de 7 de abril, a população poderá se vacinar contra a gripe. O Ministério da Saúde já iniciou a distribuição das doses para os estados e prevê entregar 35 milhões de vacinas até o fim do mês. Os grupos prioritários — como crianças, idosos, gestantes e profissionais de saúde — devem procurar os postos assim que as doses estiverem disponíveis.
Embora o número de casos graves por influenza ainda esteja estável, Tatiana Portella alerta que a tendência é de aumento até o fim de abril. “Por isso pedimos que todos, especialmente os mais vulneráveis, estejam em dia com a vacinação”, finaliza.
Com informações do Brasil 61