Maranhão aboliu revista vexatória em presídios desde 2016

Com uso de tecnologias de inspeção, estado substituiu métodos constrangedores por procedimentos modernos.
Maranhão aboliu revista vexatória em presídios desde 2016
Visualização Raio-x é um dos métodos de segurança utilizado no maranhão (Foto: Divulgação)

Revista vexatória deixou de ser prática no sistema prisional do Maranhão desde 2016, com a implantação de tecnologias que garantem segurança e respeito aos direitos humanos. A decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou ilegal qualquer forma de revista que exponha visitantes a situações humilhantes, já vinha sendo aplicada no estado há quase uma década.

A mudança teve início com a reestruturação do sistema prisional maranhense, conduzida pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O processo envolveu melhorias em infraestrutura, segurança e modernização dos procedimentos de acesso, incluindo a instalação das chamadas Portarias Unificadas (PU). A primeira foi implementada no Complexo Penitenciário de São Luís, marcando o fim das revistas manuais vexatórias.

Equipamentos modernos substituem revistas manuais

Com a adoção das novas portarias, os visitantes passaram a ser submetidos à inspeção por scanners corporais, detectores de metais e esteiras de raio-X. A medida foi inicialmente regulamentada pela Portaria nº 819, de 2017, e posteriormente atualizada pela Instrução Normativa nº 67, de 2021, que ampliou as diretrizes e consolidou o uso da tecnologia como procedimento padrão em todas as unidades prisionais do estado.

Além de assegurar a dignidade dos visitantes, os novos métodos também contribuíram para o aumento da segurança interna nas unidades. A triagem automatizada reduziu significativamente a entrada de itens proibidos, como celulares, drogas e armas, segundo dados da Seap.

Segurança com dignidade

A experiência maranhense mostra que é possível aliar tecnologia e eficiência sem abrir mão do respeito aos direitos humanos. Para os especialistas, esse tipo de medida fortalece a segurança institucional e melhora o ambiente para servidores, internos e seus familiares.

Segundo o titular da Seap, Murilo Andrade de Oliveira, os equipamentos eletrônicos tornaram obsoleta a prática das revistas invasivas. “Foi uma mudança estrutural importante, que elevou o padrão de segurança e dignidade no sistema penitenciário”, afirmou.

Direito à visita preservado com mais respeito

O direito à visita — garantido por lei e essencial ao processo de ressocialização — ganhou um novo patamar de segurança e respeito com o fim das revistas vexatórias. Ao eliminar o constrangimento imposto aos familiares, o estado reforça a humanização no tratamento das pessoas privadas de liberdade.

O modelo adotado no Maranhão é citado como exemplo de gestão penitenciária moderna e vem despertando interesse de outros estados e instituições que buscam alternativas mais eficientes e menos traumáticas para o controle de acesso aos presídios.

Com informações da Seap