Congestão nasal persistente, dificuldade para respirar pelo nariz e perda do olfato são sintomas que podem ter mais de uma causa. Entre as mais comuns estão o desvio de septo, o aumento da carne esponjosa (cornetos nasais) e os pólipos nasais – condições diferentes, mas que muitas vezes coexistem e são responsáveis pela obstrução nasal crônica.
De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Thiago Miranda, do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, essas estruturas estão localizadas na cavidade nasal e apresentam origens distintas, mas podem atuar em conjunto na obstrução das vias respiratórias.
“O desvio de septo é bastante frequente – estima-se que cerca de 90% da população tenha algum grau de desvio. Porém, ele só precisa de tratamento se estiver provocando ou agravando a obstrução nasal”, explica o médico.
Já o aumento dos cornetos e a formação de pólipos nasais costumam ter relação direta com processos inflamatórios crônicos, como a rinite alérgica. “A carne esponjosa cresce em resposta à inflamação constante. Já o pólipo nasal é uma alteração patológica, geralmente associada a quadros alérgicos prolongados”, complementa o especialista.
Entre os sintomas mais comuns dessas condições estão:
- Nariz entupido com frequência
- Dificuldade para respirar
- Redução ou perda do olfato
- Sangramentos nasais ocasionais
- Sensação de pressão ou dor na face
Esses problemas afetam diretamente a qualidade da respiração por provocarem o estreitamento das fossas nasais. Mas o tratamento varia conforme a origem e a gravidade do quadro.
Medicamentos ou cirurgia: qual o melhor caminho?
O tratamento inicial costuma envolver o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como corticosteroides, além de medidas de controle ambiental, especialmente em casos relacionados à rinite alérgica. No entanto, quando não há melhora, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.
“A correção do desvio de septo, por exemplo, só pode ser feita cirurgicamente”, esclarece o Dr. Thiago. Segundo ele, o procedimento é realizado com o auxílio de endoscopia nasal, o que garante mais precisão e segurança. “O pós-operatório é tranquilo, mas exige disciplina do paciente com as orientações médicas.”
Evite o uso contínuo de descongestionantes nasais
Um alerta importante do especialista é sobre o uso prolongado de descongestionantes nasais, que muitas vezes são utilizados sem prescrição.
“Esses produtos podem causar o chamado efeito rebote: o alívio é momentâneo, mas a congestão volta com ainda mais intensidade. Isso mantém o ciclo inflamatório ativo e pode piorar o quadro”, alerta o médico. “Já os corticosteroides atuam diretamente na inflamação, tratando a causa do problema.”
Acompanhamento médico é essencial
Buscar orientação de um otorrinolaringologista é fundamental para identificar corretamente a origem da obstrução nasal e definir o tratamento mais adequado.
“Cada paciente tem um histórico diferente. Por isso, é essencial um plano de cuidados individualizado. Quando essas condições não são tratadas corretamente, podem levar a complicações como sinusites recorrentes, distúrbios do sono e prejuízos significativos à qualidade de vida”, conclui o Dr. Thiago.
Com informações da Ascom Hope