Com um prejuízo acumulado de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios anunciaram uma série de medidas que devem atingir diretamente os cerca de 86 mil trabalhadores da estatal. O plano estratégico, divulgado nesta segunda-feira (12), inclui cortes, suspensão de férias, fim do trabalho remoto e proposta de redução salarial.
Entre as medidas apresentadas estão a diminuição da jornada para 6 horas diárias (sem compensação de salário), a suspensão de férias a partir de junho e a convocação de todos os funcionários para o retorno presencial. A proposta ainda reabre inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário até 18 de maio e altera o formato dos planos de saúde, com promessa de corte de 30% nas despesas.
A empresa afirma que precisa da “contribuição” dos empregados para superar a crise financeira. “Estamos diante de um desafio importante: a necessidade de reduzir despesas”, diz o texto divulgado internamente.
Parte do déficit é atribuído à queda nas receitas com encomendas internacionais, mas os próprios Correios reconhecem que os gastos com pessoal foram um dos fatores de pressão. O custo operacional chegou a R$ 15,9 bilhões — maior valor desde 2017.
Com liquidez comprometida, a estatal usou R$ 2,9 bilhões das reservas em caixa e encerrou o período com apenas R$ 249 milhões disponíveis. O resultado? Transportadoras terceirizadas operando em ritmo reduzido e agências franqueadas com repasses atrasados desde o início do ano.
Segundo o relatório interno, apenas 15% das mais de 10 mil unidades da empresa operam com superávit. Mesmo assim, os Correios afirmam que mantêm o compromisso com a entrega universal dos serviços postais em todo o país.