Atualmente, 68 crianças e adolescentes vivem em abrigos no Maranhão, aguardando a chance de construir uma nova história com uma família. A maioria tem entre 10 e 16 anos, é do gênero masculino (58,8%) e se autodeclara parda (76,5%). Os dados são do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), atualizados no mês de maio.
O perfil reflete uma realidade que se repete em todo o país: a dificuldade de encontrar lares para crianças mais velhas, grupos de irmãos ou adolescentes. No Brasil, mais de 5 mil crianças e jovens ainda aguardam pela adoção.
Uma nova ferramenta tem se mostrado importante nesse processo. É o aplicativo A.DOT, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e adotado pelo Maranhão desde 2024, por meio de parceria com o Tribunal de Justiça do estado (TJMA).
A plataforma permite que pretendentes habilitados conheçam os perfis das crianças disponíveis, assistam a vídeos e acessem informações detalhadas. O objetivo é gerar conexões mais humanas, quebrando barreiras e aproximando afetivamente quem deseja adotar de quem busca uma família.
Desafio maior: adoção tardia
Apesar dos avanços, o maior desafio segue sendo a chamada adoção tardia. A maioria dos pretendentes ainda prioriza bebês ou crianças pequenas, enquanto boa parte dos acolhidos já está na faixa dos 10 aos 16 anos ou pertence a grupos de irmãos, que, por lei, devem ser adotados juntos.
Neste mês, o tema ganha mais espaço nas discussões públicas, por conta do Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio. A data reforça a importância de olhar para a adoção como um caminho de amor, acolhimento e transformação — para quem adota e para quem é adotado.
Com informações da CGJ