Batalhão Ambiental resgata mais de 4 mil animais silvestres na Grande Ilha

Bichos-preguiça, jacarés, cobras, macacos e diversas aves estão entre as espécies capturadas.
Batalhão Ambiental resgata mais de 4 mil animais silvestres na Grande São Luís
Cada operação de captura é planejada de acordo com a espécie do animal (Foto: Divulgação)

O Batalhão de Bombeiros Ambiental (BBA), unidade especializada do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), resgatou 4.243 animais silvestres entre 2024 e os primeiros meses de 2025 na região metropolitana de São Luís. As operações de captura são motivadas, principalmente, pela crescente invasão humana em áreas de preservação, resultando na aproximação desses animais de áreas urbanas e na ocorrência de situações de risco.

Os resgates são realizados com protocolos rigorosos para garantir a segurança tanto dos animais quanto da população. “Trabalhamos com responsabilidade, respeito e técnica, sempre priorizando o bem-estar da fauna e a proteção do meio ambiente. Nosso dever é garantir que esses animais sejam resgatados com segurança e retornem ao seu habitat natural”, destaca a comandante do BBA, tenente-coronel Priscila Chahini.

Aumento nos resgates e casos de maus-tratos

Os dados do BBA mostram um aumento expressivo no número de capturas. Em 2024, foram resgatados 3.244 animais silvestres. Já nos três primeiros meses de 2025, o batalhão registrou 999 capturas, indicando que a tendência de crescimento deve se manter ao longo do ano.

Além dos resgates, os bombeiros também atuam em casos de maus-tratos. Somente no primeiro trimestre de 2025, foram contabilizados 301 ocorrências desse tipo. Em 2024, o total foi de 833 registros, sendo que sete foram classificados como atos de crueldade extrema contra os animais.

As áreas de maior incidência de capturas na capital maranhense incluem bairros como Ponta d’Areia, Ponta do Farol, Península, Olho D’Água, Calhau, Cohama e Turu. Na zona rural, os principais registros ocorreram nas localidades de Maracanã, Vila Esperança, Vila Funil, Vila Itamar e Quebra Pote.

Técnica e profissionalismo no resgate

Cada operação de captura é planejada de acordo com a espécie do animal, o local da ocorrência e as condições do resgate. Além disso, os bombeiros avaliam possíveis riscos à população e ao próprio animal, verificando se há sinais de comportamento agressivo ou a presença de doenças transmissíveis, como raiva e leptospirose.

Para espécies potencialmente perigosas, como cobras e jacarés, os bombeiros utilizam equipamentos específicos, como pinças, gaiolas e redes, garantindo que a captura ocorra de maneira segura e sem causar ferimentos aos animais. Após o resgate, os animais são encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), localizado no bairro São Cristóvão, onde recebem avaliação veterinária e, quando possível, são reintroduzidos à natureza.

Educação ambiental como ferramenta de prevenção

Além dos resgates, o BBA realiza ações educativas para conscientizar a população sobre a importância da preservação da fauna e da adoção de medidas preventivas. Entre as principais orientações estão evitar alimentar animais silvestres e instalar telas de proteção em locais vulneráveis à entrada dessas espécies.

“Nosso trabalho vai além do resgate. Atuamos para prevenir novos incidentes e reforçar a importância da convivência harmoniosa entre seres humanos e a fauna local. Proteger os animais é também proteger o equilíbrio ambiental”, enfatiza a tenente-coronel Priscila Chahini.

A recomendação do BBA é que, em caso de avistamento de um animal silvestre em área urbana, a população não tente capturá-lo ou interagir com ele. O correto é acionar imediatamente o batalhão pelo telefone de emergência 193, para que os bombeiros especializados realizem o resgate de forma segura.

Com informações do CBMMA