Bloqueio na Ferrovia Carajás afeta mais de 4 mil passageiros

A interdição foi causada por um protesto de indígenas da etnia Gavião.
Bloqueio na Ferrovia Carajás rntra no quinto dia e afeta mais de 4 mil passageiros
O bloqueio foi causado por um protesto de indígenas da etnia Gavião, da Terra Mãe Maria (Foto: Reprodução)

A Ferrovia Carajás segue interditada nesta quinta-feira (13), impactando o transporte de passageiros entre São Luís (MA) e Parauapebas (PA). O bloqueio, causado por um protesto de indígenas da etnia Gavião, da Terra Indígena Mãe Maria, já afeta cerca de 4.400 passageiros, segundo a Vale.

As viagens de trem estão suspensas desde domingo (10), quando os manifestantes fecharam a ferrovia em protesto contra a mineradora. Segundo o grupo, a Vale teria invadido cerca de 500 metros do território indígena. Os protestos continuarão até que um acordo definitivo seja firmado. A empresa, por sua vez, afirma estar cumprindo os compromissos firmados com as comunidades.

Impacto e medidas da Vale

A interdição paralisou o transporte de passageiros e cargas, incluindo a distribuição de combustíveis na região Norte. A Vale informou que aguarda a desocupação pacífica da ferrovia, conforme determinação da 1ª Vara Federal de Marabá.

As viagens programadas para sexta-feira (14) também foram canceladas. Passageiros que compraram bilhetes podem remarcar a viagem ou solicitar reembolso no prazo de até 30 dias pelo canal Alô Vale (0800 285 7000).

Histórico do conflito

Os indígenas instalaram tendas e estruturas de madeira no ponto de bloqueio, localizado entre Bom Jesus do Tocantins e Marabá (PA). Segundo o grupo, a área ocupada pela ferrovia é essencial para a subsistência das 32 aldeias da região. O impasse entre os indígenas e a Vale remonta à década de 1980, quando a ferrovia foi construída e a Terra Indígena Mãe Maria foi homologada.

Em nota, a Vale declarou que “respeita o direito à manifestação”, mas defende que ele não deve impedir a circulação de pessoas nem comprometer a segurança. A empresa reforçou que “segue aberta ao diálogo com a comunidade e o Poder Público”.