Em acampamento, novos soldados da PMMA enfrentam desafios de sobrevivência

A etapa faz parte do Curso de Nivelamento Técnico Profissional e simboliza o batismo na rotina exigente da segurança pública.
Em acampamento, novos soldados da PMMA enfrentam desafios de sobrevivência
Na prática, o acampamento funciona como laboratório de experiências reais (Foto: Divulgação)

Durante três dias de provas físicas e mentais, cerca de 300 novos soldados da Polícia Militar do Maranhão viveram uma experiência que vai além da sala de aula: um acampamento em plena mata fechada, no Parque Estadual do Bacanga, em São Luís. A etapa faz parte do Curso de Nivelamento Técnico Profissional (CNTP 2025) e simboliza uma espécie de batismo na rotina exigente da segurança pública.

Sem luxo, sem pausa e com foco total em sobrevivência, os militares passaram por oficinas que simularam situações extremas: técnicas de fogo, filtragem de água, construção de abrigos improvisados, orientação noturna, travessia de rios e primeiros socorros táticos. Tudo em ritmo acelerado, imersos em uma rotina que exige sangue-frio, resistência e habilidade para agir sob pressão.

“A gente aprendeu a sobreviver de verdade. Se algum dia estivermos em missão e algo sair do controle, a gente vai saber como reagir”, disse a soldado Luiza Galiza, resumindo o sentimento coletivo de superação.

O treinamento faz parte da formação dos 1.445 aprovados no último concurso da PMMA, convocados após o governo zerar o cadastro de reserva. Destes, cerca de 830 já estão nas ruas, reforçando o policiamento em diversas cidades.

Para o coronel Anderson, comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, a ideia é preparar o soldado para o imprevisível. “Hoje, ele pode estar patrulhando o centro da cidade, mas amanhã pode ser chamado para uma operação em área de mata. A gente precisa ter esse tipo de preparo.”

Na prática, o acampamento funciona como laboratório de experiências reais. “É nesse tipo de ambiente que tiramos o desconforto do policial diante do desconhecido. Selva, perseguição a criminosos, áreas de difícil acesso. Tudo isso pode acontecer. E quando acontecer, eles estarão prontos”, explicou o tenente Trindade, responsável pela Instrução Tática Individual.

O CNTP 2025 segue até o fim de julho, com outras etapas previstas antes da conclusão definitiva. Mas para quem passou pelos dias no Bacanga, o recado está dado: a farda pesa, e não é à toa.