Um empresário de São Cristóvão do Sul, na Serra Catarinense, foi preso após a Polícia Civil descobrir que ele forjou o próprio desaparecimento e tentou simular sua morte duas vezes. O homem, identificado como Edilson Peter, de 41 anos, contou com a ajuda de um cúmplice, de 38, que já tem passagens por homicídio.
O plano macabro
A primeira tentativa envolveu um assassinato brutal. Para tentar enganar as autoridades, o empresário e seu cúmplice mataram um morador de rua, identificado como Vanderlei Weschenfelder, de 59 anos, e colocaram seu corpo carbonizado dentro da caminhonete do empresário, que foi incendiada. A ideia era fazer com que os investigadores acreditassem que o cadáver era de Edilson.
No entanto, ao perceber que o corpo passaria por exames de DNA, o empresário mudou de estratégia. Para reforçar a farsa, gravou um vídeo onde simulava ser torturado até a morte. Durante a encenação, ele teve parte do próprio dedo amputado e arrancou dois dentes para tornar a cena mais convincente.
Os supostos sequestradores então enviaram as imagens da tortura para familiares de Edilson e portais de notícias, tentando reforçar a narrativa do crime. Além disso, uma garrafa contendo o dedo amputado e os dentes foi jogada na casa da namorada do empresário.
A farsa desmascarada
A Polícia Civil começou a desconfiar da história ao perceber inconsistências no caso. Com a disseminação dos vídeos de tortura, agentes passaram a investigar desaparecidos na região e chegaram à identidade real do corpo carbonizado, comprovando que não era Edilson.
Além disso, os investigadores descobriram que o empresário procurou atendimento médico para suturar o dedo amputado, sendo reconhecido por testemunhas na unidade de saúde.
O motivo do crime
De acordo com as investigações, Edilson Peter é alvo de um inquérito por estelionato e já havia aplicado diversos golpes em clientes de sua empresa de placas de energia solar.
O delegado Fabiano Toniazzo explicou que ele vendia os equipamentos, mas não entregava aos compradores, além de não pagar fornecedores. O empresário teria forjado sua morte por questões financeiras, tentando escapar das consequências de seus crimes.
O que diz a defesa
Os advogados Larissa Pereira De Pin e Paulo Henrique De Pin Ramos, que representam Edilson, afirmaram que ainda não tiveram acesso ao inquérito e que aguardam mais informações para se manifestar.
“Reforçamos a importância de uma abordagem responsável do caso, com respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência”, disseram em nota.
A Polícia Civil segue investigando o caso.
Com informações de Sofia Mayer, g1 SC