Estado do Maranhão terá que recuperar manguezal e Canal do Portinho

Decisão surgiu após ação movida pelo Ministério Público Federal, que apontou a degradação no local.
Estado do Maranhão é obrigado a recuperar manguezal e Canal do Portinho
Estado terá que recuperar área degradada no Mercado do Peixe, em São Luís (Foto: Reprodução)

O estado do Maranhão foi condenado pela Justiça Federal devido a danos ambientais na área do Mercado do Peixe, em São Luís.

A decisão surgiu de uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou a degradação do manguezal e do Canal do Portinho causada pelo descarte inadequado de resíduos sólidos e efluentes líquidos provenientes do mercado e da feira livre.

Ação Civil e Liminar

A ação civil pública, apresentada em novembro de 2022, exigia que o estado interrompesse imediatamente as atividades poluidoras e iniciasse a recuperação da área afetada.

A Justiça concedeu uma liminar, obrigando o governo a recolher e tratar corretamente os efluentes, impedir o descarte de resíduos no manguezal e instalar barreiras físicas para evitar novas irregularidades.

Caso não cumprisse as ordens, o estado estaria sujeito a uma multa diária de R$ 10 mil.

Defesa e Argumentos

O governo do Maranhão alegou que a responsabilidade pelo saneamento básico é do município de São Luís e da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). Também afirmou que as exigências judiciais poderiam causar impactos socioeconômicos negativos na região.

O MPF rebateu, destacando que o estado, como administrador da área, tem o dever legal de fiscalizar e proteger o meio ambiente, caracterizando sua omissão como conduta de ‘poluidor indireto’.

Intervenções realizadas

Após a liminar, o estado do Maranhão implementou algumas intervenções para cumprir as ordens judiciais, incluindo a coleta e tratamento de efluentes, a interdição de pontos de descarte irregular e a instalação de barreiras para prevenir novos danos.

Sentença definitiva

Na sentença definitiva, a Justiça confirmou as exigências estabelecidas e determinou que o estado elabore e implemente um Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD), que deve ser aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O projeto visa a restauração completa do manguezal e do Canal do Portinho. Foi estipulada uma multa diária de R$ 500 para o caso de não cumprimento das obrigações.

Com informações do MPF