Exoneração de capitã da PM é publicada por ligação com organização criminosa

O marido dela também é investigado por atuar como segurança e fornecedor de armas para o grupo.
Exoneração de capitã da PM é publicada por envolvimento com organização criminosa
Capitã da PM foi presa no município de Raposa, em junho de 2024 (Foto: Divulgação)

Nessa terça-feira, 11 de fevereiro, foi publicada no Diário Oficial do Estado do Maranhão a exoneração da capitã da Polícia Militar Marcela Soares Mouzinho Uhlmann. A decisão, assinada pelo governador Carlos Brandão e pelo Secretário-Chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, baseou-se em um acórdão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), que declarou a oficial “indigna do cargo e incapaz de permanecer na corporação”.

A exoneração ocorreu meses após a prisão de Marcela Soares, realizada em 21 de junho de 2024, durante uma operação da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC).

Marcela foi detida no bairro Pirâmide, na cidade de Raposa, sob a suspeita de envolvimento com uma organização criminosa ligada a jogos de azar, especialmente o “Jogo do Tigre”.

Circunstâncias da prisão

Durante a prisão, Marcela Soares resistiu à abordagem policial e foi autuada por desacato. Seu marido, Paulo Ricardo Santos Reis Silva, de 33 anos, tentou se esconder dentro de uma caixa d’água, mas foi capturado. Ele é investigado por atuar como segurança e fornecedor de armas para o grupo criminoso, enquanto Marcela é suspeita de facilitar o acesso ao armamento para a organização.

Além das acusações criminais, um desvio ilegal de energia elétrica (conhecido como “gato”) foi identificado na residência do casal, resultando em uma nova autuação.

O processo judicial que culminou na exoneração da capitã foi concluído com trânsito em julgado no dia 3 de dezembro de 2024, determinando a perda definitiva de sua patente.

Relembre o caso

Marcela Soares foi presa após desacatar policiais civis que cumpriam dois mandados de prisão contra seu marido. A operação, deflagrada pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado da SEIC, visava desarticular um núcleo armado ligado a uma organização criminosa que explorava jogos de azar, liderada por uma influenciadora digital.

Durante a ação policial, Paulo Ricardo Santos Reis Silva tentou se esconder dentro de uma caixa d’água para evitar a captura. Segundo as investigações, ele era o segurança do grupo e fornecedor de armas, enquanto Marcela Soares supostamente atuava como fornecedora de armamento.

Uma perícia oficial no medidor de energia da residência do casal constatou uma fraude, resultando em autuação por desvio de energia. A capitã Marcela e seu marido foram levados à sede da SEIC, no Bairro de Fátima.

Após os procedimentos, Marcela foi encaminhada ao presídio do Comando Geral da PMMA, no Calhau.