O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (27/3), destaca a tendência de aumento na circulação dos vírus respiratórios nas próximas semanas. O relatório da Semana Epidemiológica 12 (16 a 22 de março) aponta um crescimento significativo de casos graves de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente na região Centro-Oeste, com a incidência alcançando níveis altos ou muito altos.
Tatiana Portela, pesquisadora do InfoGripe e do Programa de Processamento de Computação Científica, explica que esse aumento é sazonal, e prevê também um possível crescimento dos casos de influenza nos próximos dias. Embora o fenômeno seja esperado, ela ressalta a importância da vacinação para prevenir formas graves das doenças, especialmente com a campanha de vacinação iniciando em 7 de abril.
A especialista orienta que todas as pessoas elegíveis se dirijam aos postos de saúde para se vacinar, preparando o sistema imunológico para o aumento de casos de influenza.
No panorama atual, a análise aponta um crescimento moderado de VSR na Região Sudeste, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O Acre também apresenta aumento de casos graves de VSR.
Cenário Nacional de SRAG
O Boletim indica um aumento na tendência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) nas últimas semanas, com destaque para as crianças de até dois anos. O aumento foi observado tanto a curto quanto a longo prazo, afetando diversos estados. Nove unidades da federação (UFs) estão com níveis de incidência de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento, como Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Roraima.
Outros estados das regiões Norte e Centro-Oeste, como Mato Grosso, Tocantins e Goiás, têm mostrado sinais de estabilização ou oscilação na tendência de longo prazo, mas com crescimento de SRAG entre crianças pequenas.
Vírus Respiratórios e Mortalidade
Nos últimos quatro boletins, a distribuição entre os casos positivos foi a seguinte: 6,2% de influenza A, 1,5% de influenza B, 38,9% de VSR, 34,9% de rinovírus e 20,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, 8,5% foram de influenza A, 3% de influenza B, 3% de VSR, 11% de rinovírus e 68,5% de Sars-CoV-2.
Até agora, em 2025, foram registrados 24.635 casos de SRAG, dos quais 9.336 (37,9%) tiveram diagnóstico positivo para algum vírus respiratório. Desses casos, 6% foram de influenza A, 2,1% de influenza B, 23,1% de VSR, 28,8% de rinovírus e 36,5% de Sars-CoV-2.
Com informações do Brasil 61
