Júnior do Nenzim é condenado pela morte do próprio pai

O crime foi motivado por conflitos familiares relacionados a desvios de cabeças de gado e dívidas com agiotas.
Júnior do Nenzim é condenado pela morte do pai e começa a cumprir pena em regime fechado
A Justiça condenou Júnior do Nenzim a 16 anos de prisão (Foto: Divulgação)

Após quase sete anos de um dos casos de maior repercussão no interior do Maranhão, a Justiça condenou Manoel Mariano de Sousa Filho, o Júnior do Nenzim, a 16 anos de prisão pela morte do próprio pai, o ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa (Nenzim).

O júri popular, que durou praticamente 24 horas, foi realizado no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís, e encerrou por volta de 1h30 da madrugada desta quarta-feira (22). A sentença foi dada pelo juiz Clésio Cunha, que negou ao condenado o direito de recorrer em liberdade. Ele foi conduzido imediatamente para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

De acordo com o Ministério Público, o crime aconteceu na manhã de 6 de dezembro de 2017, quando pai e filho estavam juntos na zona rural de Barra do Corda. As investigações apontam que Júnior teria decidido matar o pai após ser descoberto desviando gado da fazenda da família para pagar dívidas com agiotas.

Os laudos periciais foram decisivos. Segundo o Ministério Público, a perícia apontou que o tiro foi disparado a uma curta distância, aproximadamente 20 centímetros, o que contraria a versão inicial dada pelo acusado, que tentou alegar a presença de dois supostos homens em uma motocicleta como autores do crime. A versão foi descartada após investigação técnica.

No tribunal, sete testemunhas foram ouvidas. Júnior do Nenzim prestou depoimento por quase duas horas, negando ser o autor do disparo. A defesa tentou levantar dúvidas sobre a condução das investigações, mas os argumentos não convenceram os jurados.

O caso, que se arrasta desde 2017, sofreu adiamentos. O júri, inicialmente previsto para outubro de 2023, foi adiado após o Ministério Público solicitar que outro acusado, o vaqueiro Luzivan Rodrigues da Conceição Nunes, também fosse incluído no processo. No entanto, os julgamentos foram desmembrados e Luzivan será julgado separadamente no próximo dia 9 de julho.

O Ministério Público também recorreu, ainda no plenário, solicitando o aumento da pena.