MA prepara a era do etanol local: produção deve triplicar e postos terão venda direta

Integração entre a produção de álcool e pecuária fortalece cadeia produtiva e promove sistema agroindustrial mais robusto.
MA prepara a era do etanol local: produção deve triplicar e postos terão venda direta
Além dos benefícios ao setor energético, a produção de etanol impulsiona a pecuária (Foto: Reprodução)

Desde fevereiro, o Maranhão deu um passo importante rumo à autossuficiência energética e ao fortalecimento da agroindústria local. A autorização para que usinas sucroalcooleiras vendam etanol diretamente aos postos de combustíveis promete transformar o cenário econômico e ambiental do estado.

A medida, que visa reduzir custos logísticos, aumentar a transparência sobre a origem do combustível e incentivar o consumo de biocombustíveis, já está em vigor, mas ainda enfrenta desafios práticos. O principal deles é a necessidade de adaptação da infraestrutura dos postos, uma vez que a maioria ainda não comercializa etanol hidratado.

Leia mais: Maranhão regulamenta venda direta de etanol das indústrias

📈 Produção deve triplicar em 2025

Atualmente, o Maranhão produz cerca de 200 milhões de litros de etanol por ano. Com a entrada em operação da usina Inpasa, em Balsas, esse volume deve triplicar, chegando a 600 milhões de litros ainda em 2025.

As demais usinas ativas no estado são a Alternativa (Tuntum), Itapecuru Bioenergia (Aldeias Altas), Maity Bioenergia (Campestre do Maranhão) e Agro Serra (São Raimundo das Mangabeiras).

Segundo Milton Campelo, presidente do Sindicato das Indústrias de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e Pará (Sindicanálcool), o estado poderá atingir a autossuficiência em etanol.

“O etanol é uma alternativa sustentável que contribui para a descarbonização, a transição energética e a redução da poluição”, afirmou.

🚚 Impactos econômicos e ambientais

Um dos principais argumentos do governo estadual para autorizar a venda direta é a eliminação do chamado “frete morto”, que ocorre quando o combustível percorre distâncias desnecessárias entre usinas e centros de distribuição. A medida também reduz a emissão de carbono e torna o etanol mais competitivo.

A expectativa é que os efeitos da nova política comecem a ser sentidos a partir de maio ou junho, com a possível queda no preço final ao consumidor. Para isso, no entanto, será preciso que os postos façam os investimentos necessários em bombas apropriadas.

🐄 Integração com a pecuária

Além dos benefícios diretos ao setor energético, a produção de etanol impulsiona também a pecuária e a produção de proteína animal. O DDG (Dried Distillers Grains), subproduto do processo de fabricação do etanol, é utilizado como ração de alto valor nutritivo para bovinos, suínos e aves.

Campelo destaca que essa integração fortalece a cadeia produtiva como um todo: “Ao estimularmos essa sinergia, o Maranhão pode reduzir a dependência de insumos externos e consolidar-se como um polo agroindustrial no Nordeste”.

🏗️ Desafios logísticos

Apesar do cenário promissor, especialistas apontam que investimentos em infraestrutura são urgentes. “Para que esse potencial se concretize, precisamos de melhorias em rodovias e ferrovias que reduzam os custos logísticos e aumentem a competitividade”, destacou Campelo.

O presidente da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Edilson Baldez das Neves, reforçou a importância da iniciativa: “Defendemos a indústria maranhense e ficamos felizes com a chegada da Inpasa. É um passo decisivo para o futuro do nosso estado.”

Com informações da Fiema