Que Maranhão e Brasil queremos para 2050? Essa foi a pergunta que norteou o encontro realizado na última sexta-feira (23), no auditório da Fiema, em São Luís. O evento reuniu representantes do governo, do setor produtivo, da academia e de instituições públicas para debater estratégias de desenvolvimento de longo prazo — tanto para o estado quanto para o país.
O encontro faz parte da construção da Estratégia Brasil 2025-2050, um plano nacional que busca projetar o futuro do país para as próximas décadas. E o Maranhão, que já possui seu próprio plano — o Maranhão 2050 —, foi escolhido como um dos estados referência nesse processo.
O que está em jogo?
Basicamente, a discussão é sobre como preparar o estado e o país para enfrentar os desafios dos próximos 25 anos: geração de empregos, redução das desigualdades, desenvolvimento sustentável, infraestrutura, educação, tecnologia e combate à fome.
A ideia é simples no conceito, mas complexa na prática: planejar políticas públicas, investimentos e projetos estruturantes de olho no médio e longo prazo, e não apenas nos ciclos eleitorais. A proposta é garantir que, independentemente dos governos que passem, os projetos estruturantes sejam mantidos.
Por que o Maranhão virou referência?
O Maranhão já tem seu plano de longo prazo em execução desde junho de 2024. Financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Plano Maranhão 2050 foi construído a partir da participação de mais de 30 instituições, incluindo universidades, empresas, governo e organizações sociais.
Esse plano definiu uma lista de 18 grandes projetos prioritários para melhorar áreas como:
- Educação
- Saúde
- Segurança pública
- Meio ambiente
- Infraestrutura
- Inovação e tecnologia
Entre os projetos estão iniciativas como o Maranhão Livre da Fome, a expansão do programa Trabalho Jovem, o fortalecimento da Infovia Digital, além de investimentos em rodovias, melhoria na educação básica e acesso à água.
Desafios na mesa
Na prática, o grande desafio para o Maranhão, segundo a própria Fiema, é aproveitar as oportunidades que estão surgindo com o crescimento da produção agrícola no Matopiba (região que envolve partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), além de Goiás e Tocantins.
A pergunta-chave é: como transformar o Maranhão em corredor logístico para escoar essa produção, gerar empregos e movimentar a economia do estado?
E o plano Brasil 2025-2050?
No âmbito nacional, a proposta segue a mesma linha: ouvir estados e regiões, mapear seus desafios e potencialidades e, a partir disso, traçar metas para desenvolver o país de forma sustentável, inclusiva e com menos desigualdades regionais.
Além disso, o plano busca criar estabilidade para o ambiente de negócios, aumentar a eficiência do serviço público e garantir mais transparência nas políticas governamentais.
Ciência no centro das decisões
Um dos marcos desse planejamento no Maranhão foi o lançamento do maior edital da história da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapema), com R$ 10 milhões destinados a projetos de pesquisa e inovação que ajudem o estado a alcançar as metas previstas até 2050.
Também foram criadas câmaras técnicas temáticas, que ajudam a monitorar e propor ações nas áreas social, econômica, ambiental e institucional.
No fim das contas, qual é o objetivo?
O ponto central dos planos — tanto o Brasil 2025-2050 quanto o Maranhão 2050 — é romper com a lógica do improviso e do imediatismo. A ideia é que o desenvolvimento de um estado ou de um país não dependa apenas do governo de plantão, mas sim de um projeto coletivo, construído de forma participativa e pensado para durar.