O Maranhão registrou um crescimento expressivo na exportação de carne bovina no primeiro bimestre de 2025, com aumento de 90% no volume comercializado em relação ao mesmo período de 2024. Foram 3 mil toneladas embarcadas, segundo dados do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), ligado ao Banco do Nordeste (BNB).
O desempenho fez do estado o líder absoluto nas exportações de carne bovina no Nordeste, respondendo por cerca de 70% da receita gerada na região. A atividade movimentou US$ 12,2 milhões, valor 118% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Fatores que impulsionaram o resultado
O levantamento do Etene aponta que o Maranhão reúne uma série de vantagens competitivas, como a posição logística estratégica, a inserção no MATOPIBA — região agrícola que abrange parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, além de grandes áreas de pastagem com condições favoráveis de solo e clima, especialmente na região pré-amazônica.
Esses fatores permitem o desenvolvimento de sistemas de produção mais eficientes, como os modelos semi-intensivos e intensivos, que ajudam a elevar produtividade e qualidade dos produtos destinados ao mercado externo.
Avanço puxado também pelo crédito
O estudo também destaca que parte do avanço é resultado do crescimento do crédito rural. Somente entre 2018 e 2024, o Maranhão respondeu por 29% dos contratos de financiamento para pecuária de corte realizados na área de atuação do Banco do Nordeste, com 97% dos recursos provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
Cenário regional
O aumento das exportações não foi exclusivo do Maranhão. Em todo o Nordeste, a alta foi de 65% no volume exportado e 78% na receita, que somou US$ 17,2 milhões no primeiro bimestre.
Os principais destinos da carne bovina nordestina foram países da América do Sul e da Ásia, especialmente Uruguai e Hong Kong. O estudo aponta que a demanda segue em crescimento moderado, impulsionada pela retomada econômica global, especialmente de países que ainda se recuperam dos impactos da pandemia e de crises geopolíticas.
Com informações do BNB