Uma investigação da Polícia Federal revelou que um dos esquemas de tráfico internacional comandados por Willian Barille, apontado como o “faz tudo” do PCC, utilizou São Luís como rota de envio de drogas para a Europa.
Em um dos casos monitorados, um avião particular decolou da capital maranhense carregando de entorpecentes com destino a Bruxelas, na Bélgica.
Barille, considerado um dos maiores traficantes do Brasil, mantinha conexões com facções criminosas internacionais, incluindo a máfia italiana. Fluente em vários idiomas e dono de empresas de fachada, ele movimentou mais de R$ 2 bilhões entre 2018 e 2022, lavando dinheiro do tráfico e investindo em países como Emirados Árabes e Itália.
De acordo com as investigações, Barille usava aviões particulares para transportar drogas à Europa. Em um único voo, essa aeronave, que foi apreendida pela Polícia Federal, levou quase uma tonelada de cocaína para Bruxelas, na Bélgica.
Os criminosos colocavam a droga no bagageiro, no assoalho, debaixo de poltronas, em compartimentos secretos, chamado de mocós.
As autoridades apontam que sua organização usava portos e aeronaves particulares para o transporte de drogas. O voo que partiu de São Luís foi um dos vários operados pelo grupo. Durante a decolagem, o piloto chegou a relatar dificuldades devido ao peso da carga ilegal.
Além do tráfico, Barille está ligado a execuções de rivais e a uma tentativa de resgate de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, um dos líderes do PCC, preso em Moçambique, e braço direito de Marcos Camacho, o Marcola.. O plano envolvia o pagamento de US$ 2,5 milhões em propina para garantir a fuga.
Barille contratou um cônsul honorário de Moçambique para ajudar no plano.
Fuminho foi extraditado e hoje está em um presídio federal brasileiro. A defesa do cônsul Deostede diz que não recebeu qualquer intimação e nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas.
Após passar mais de um mês foragido, Barille se entregou à polícia e nega envolvimento nos crimes. No entanto, as investigações apontam que ele operava sua rede criminosa através do aplicativo de mensagens criptografadas SKYECC, utilizado por traficantes ao redor do mundo.
As autoridades continuam rastreando o alcance da quadrilha e o envolvimento de mais suspeitos no esquema.