Milho Bt é aliado no combate sustentável à lagarta-do-cartucho

Estudo desenvolvido em Balsas investiga o impacto do milho geneticamente modificado no controle de pragas.
Milho Bt é aliado no combate sustentável à lagarta-do-cartucho
Estudo investiga o impacto do milho geneticamente modificado no controle de pragas (Foto: Divulgação)

Na luta contra a lagarta-do-cartucho, praga conhecida por afetar duramente lavouras de milho em todo o país, a ciência brasileira avança com soluções sustentáveis. Uma pesquisa desenvolvida em Balsas (MA) estuda como o uso do milho Bt — uma variedade geneticamente modificada — pode interferir na dinâmica da praga e beneficiar o cultivo no Cerrado. O estudo foi apresentado no estande da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), durante a Agrobalsas, evento que acontece até esta sexta-feira (16), na Fazenda Sol Nascente.

Coordenado pela professora Solange Maria de França, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), campus Balsas, o projeto é apoiado pela FAPEMA e tem mostrado resultados promissores. Segundo a pesquisadora, a proposta é aprimorar o controle biológico da Spodoptera frugiperda, utilizando parasitoides naturais e tecnologias genéticas, como o milho Bt, em sistemas de plantio de sucessão entre milho, sorgo e soja.

A lagarta-do-cartucho é uma das pragas mais destrutivas da cultura do milho, atacando folhas e espigas e reduzindo a produtividade. O milho Bt, ao produzir uma toxina específica contra algumas pragas, oferece um meio de combate mais direcionado, sem prejuízo a outros organismos.

O diferencial do estudo está na análise do desempenho do milho Bt no contexto do Cerrado maranhense e em sistemas agrícolas que adotam o plantio em sucessão. Além disso, a pesquisa considera o papel de inimigos naturais da lagarta e o uso do manejo integrado de pragas (MIP), estratégia que combina diferentes métodos de controle.

Durante a Agrobalsas, os bolsistas Gabriel Barros (mestrando em Agricultura e Ambiente), Lorrane Soares e Danielle Hendges (graduandas em Agronomia) apresentaram dados preliminares e explicaram como a tecnologia pode ser usada de forma equilibrada, respeitando a biodiversidade e a saúde do solo.

A iniciativa despertou o interesse do público presente, composto por produtores, estudantes e técnicos. “O produtor quer resultado, mas também quer preservar. A pesquisa mostra que é possível unir as duas coisas com ciência e planejamento”, afirmou Arnodson Campelo, diretor Administrativo e Financeiro da FAPEMA.

Para Campelo, o projeto demonstra o valor da ciência aplicada ao campo. “Soluções sustentáveis para a agricultura não surgem do nada — elas nascem do laboratório, do campo experimental e, principalmente, do diálogo entre universidade, produtor e sociedade”, concluiu.