População é alertada sobre riscos de contaminação no Rio Tocantins

Após o colapso da ponte, caminhões carregados com agrotóxicos e ácido sulfúrico caíram na água.
Ministério da Saúde alerta população sobre riscos de contaminação no rio Tocantins
Uma equipe técnica do Ministério da Saúde está monitorando a situação (Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com diretrizes para as comunidades próximas ao Rio Tocantins, onde a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), desmoronou, no dia 22 de dezembro do ano passado.

Durante o colapso, caminhões carregados com agrotóxicos e ácido sulfúrico caíram no rio. Até o momento, de acordo com o Ministério, não há evidências de contaminação da água.

“A nota informativa fornece estratégias para mitigar possíveis impactos na saúde humana, animal e ambiental da região, além de orientar as equipes de saúde locais para casos de intoxicação por produtos químicos”, explicou o comunicado.

Qualidade da água

O Ministério informou que uma equipe técnica está monitorando a situação, “pois os materiais químicos ainda estão depositados no leito do rio e representam risco potencial de vazamento”.

A contaminação da água, se confirmada, poderia comprometer os usos múltiplos do rio e a subsistência de comunidades tradicionais, indígenas, ribeirinhas e quilombolas, além dos moradores locais.

“Representantes dos setores de saúde dos estados do Maranhão e Tocantins se reúnem semanalmente para atualizar a situação. As secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente, Atenção Especializada em Saúde, Saúde Indígena e Atenção Primária à Saúde acompanham a situação pelo Ministério”, informou a pasta.

Recomendações:

Para profissionais de saúde ambiental locais, o Ministério orienta que, em coordenação com outras vigilâncias, avaliem os riscos à saúde pública por meio de:

  • Identificação de áreas com risco potencial de contaminação da água;
  • Emissão de alertas sobre a restrição do uso de água em regiões afetadas;
  • Monitoramento de resíduos de agrotóxicos na água para consumo humano;
  • Desenvolvimento de estratégias de comunicação de risco para a população exposta ou potencialmente exposta, utilizando canais de comunicação da atenção primária à saúde, como grupos de WhatsApp.

Para os profissionais da Rede de Atenção à Saúde, as recomendações incluem a avaliação inicial de pessoas que procurarem os serviços de saúde com sintomas como:

  • Ingestão ou contato da água com a boca;
  • Contato da água com a pele ou olhos;
  • Dor e queimação na boca e garganta;
  • Dor de cabeça, agitação e confusão mental;
  • Náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia;
  • Fraqueza muscular, cãibras, tremores, dores e contrações musculares;
  • Problemas respiratórios, respiração rápida e edema pulmonar;
  • Pupilas contraídas e movimentos involuntários dos olhos;
  • Pressão baixa, batimentos cardíacos rápidos, respiração lenta e alterações cardíacas;
  • Alterações no sistema nervoso central, problemas de coordenação e confusão mental;
  • Febre sem infecção, alterações na função dos rins, fígado e sangue;
  • Irritações na pele e nos olhos, queimaduras e desconforto ocular.

Para a população geral, caso a contaminação seja confirmada, o Ministério recomenda:

  • Evitar contato direto com a água do Rio Tocantins;
  • Evitar o uso da água ou atividades de lazer no rio até que as autoridades garantam a segurança;
  • Seguir orientações das autoridades a partir de comunicados oficiais dos órgãos ambientais e sanitários;
  • Procurar a unidade de saúde mais próxima em caso de contato com produtos químicos, mesmo sem sintomas imediatos. Em emergências, ligar para o Samu 192;
  • Não induzir o vômito em caso de ingestão de água contaminada.

Com informações da Agência Brasil