Na manhã desta segunda-feira (17), uma vistoria foi realizada nas obras da Estrada de Santana, na zona rural de São Luís, após diversas reclamações sobre o isolamento das comunidades da região. O promotor de Justiça Vicente Martins, acompanhado de representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e da construtora responsável pela obra, percorreu pontos críticos da estrada e ouviu os moradores sobre os impactos da pavimentação inacabada.
A estrada começou a ser construída no final de 2024, mas a falta de drenagem já comprometeu alguns trechos, agravando a situação de quem depende da via para se deslocar. Sem transporte público disponível, moradores precisam caminhar até quatro quilômetros para alcançar a parada de ônibus mais próxima.
Levantamento feito junto a lideranças comunitárias indica que sete comunidades — entre São Luís e São José de Ribamar — estão completamente sem acesso ao transporte coletivo, afetando mais de 700 famílias. Outras seis comunidades ainda contam com circulação de ônibus, mas também enfrentam dificuldades, totalizando mais de seis mil famílias impactadas.
Moradores relatam novos problemas após pavimentação
Durante a vistoria, os moradores destacaram que a pavimentação trouxe outro problema: alagamentos em ruas próximas. Segundo relatos, a obra desviou o fluxo de água para determinadas áreas, agravando os transtornos enfrentados por quem vive na região.
Outro ponto questionado é o fato de que o asfaltamento da estrada foi interrompido antes de chegar ao final da comunidade Santana. Cerca de 600 metros ficaram sem pavimentação, o que mantém o tráfego precário e impede a ampliação das rotas de transporte público.
“Ou a obra é levada até o final da comunidade ou, como sugeriram as lideranças, deve ser feita a ligação com o Residencial Nestor, que está a menos de um quilômetro de distância. Isso daria mais fluidez ao tráfego e poderia viabilizar uma linha de ônibus para a região”, ressaltou Vicente Martins.
A ligação da estrada com a Estrada da Mata também foi discutida, mas a construtora informou que os trabalhos foram interrompidos por questões de segurança. A Sinfra se comprometeu a dialogar com a Secretaria de Segurança Pública para buscar uma solução e garantir a retomada da obra.
Atendimento à comunidade segue até o dia 20
A equipe da Promotoria de Justiça Comunitária Itinerante informou que está atendendo a população da região no Conjunto Alexandra Tavares até quinta-feira (20), na Praça 21 Anos, ao lado do Centro de Saúde Alexandra Tavares, das 8h às 12h.
Os atendimentos abrangem moradores de bairros como Ivaldo Rodrigues, Janaína, Vila Riod, Maria Aragão e Santa Clara. No dia 25 de fevereiro, será realizada uma audiência pública para apresentação das demandas coletadas e das providências a serem tomadas. O encontro acontecerá às 19h30, na Igreja Assembleia de Deus Tirirical, no Residencial Maria José Aragão.
Com informações do MPMA
