A música brasileira perdeu, nesta quinta-feira (1º), uma de suas vozes mais marcantes. Nana Caymmi, de 84 anos, morreu no Rio de Janeiro após complicações decorrentes de uma arritmia cardíaca. Ela estava internada desde agosto de 2024 na Clínica São José, em Botafogo, na zona sul da capital fluminense.
A notícia foi confirmada por seu irmão, o músico Danilo Caymmi, que lamentou publicamente a perda. “Ela passou nove meses de sofrimento. Um processo muito doloroso, com várias comorbidades. Estamos todos muito tristes”, declarou em vídeo nas redes sociais. Danilo também pediu que a notícia fosse compartilhada com os fãs da artista em todo o país.
Filha do mestre Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Dinahir Tostes Caymmi, ou simplesmente Nana, começou sua carreira nos anos 1960 e deixou uma marca profunda na música popular brasileira com sua voz grave, interpretação sofisticada e uma presença discreta, porém imensa.
Ao longo de seis décadas de trajetória, Nana lançou 27 discos, dois deles ao vivo, e consolidou um repertório que passeava entre o samba-canção, a bossa nova e a MPB com autenticidade e emoção. Sucessos como “Só Louco”, “Não se Esqueça de Mim”, “Resposta ao Tempo”, “Cais” e “Ponta de Areia” tornaram-se clássicos em sua voz.
Mesmo com problemas de saúde nos últimos anos, ela continuou gravando. Em 2016, precisou se afastar após uma cirurgia para retirada de um tumor, mas voltou aos estúdios em 2019 com um álbum em homenagem a Tito Madi. Em 2020, lançou outro disco com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Sua última gravação foi em 2024, ao lado de Renato Braz, para o álbum Canário do Reino, dedicado a Tim Maia.
Nana Caymmi sai de cena, mas sua voz permanece — atravessando gerações, eternizada em discos que continuam emocionando o Brasil.