A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de venda de emendas parlamentares que envolve três deputados federais do PL, Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE).
A operação contava com divisão de tarefas e ameaças com armas contra gestores municipais, conforme relatou a Polícia Federal.
Esquema criminoso
De acordo com a PF, os deputados pegavam dinheiro emprestado com um agiota identificado como Josival Cavalcanti da Silva, o “Pacovan”, e direcionavam emendas parlamentares para a cidade de São José de Ribamar (MA).
Pacovan foi assassinado a tiros, no dia 14 de junho de 2024, em um posto de combustíveis de sua propriedade, na cidade de Zé Doca.
A organização criminosa, ainda segundo a PF, exigia a devolução de 25% dos valores das emendas destinadas à saúde.
Quando as verbas federais chegavam à prefeitura, o grupo ameaçava o prefeito para que repassasse parte do dinheiro, que deveria ser usado para pagar os empréstimos tomados pelos parlamentares.
Ações e ameaças
Segundo o relatório da PF, o deputado Josimar Maranhãozinho liderava o esquema e utilizava ameaças com armas para garantir o desvio do dinheiro.
O ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, denunciou o esquema em 2020, afirmando ter sido extorquido e ameaçado pelo grupo. A denúncia levou a Justiça Federal a prender o agiota e outros integrantes da quadrilha.
Emendas envolvidas
A investigação aponta que três emendas, totalizando R$ 6,7 milhões, foram alvos do esquema. Desse montante, R$ 1,6 milhão foram exigidos do gestor de São José de Ribamar como contrapartida pelo grupo criminoso.
Participação dos deputados
A PF descreveu a participação de cada deputado no esquema:
- Josimar Maranhãozinho: Líder da organização criminosa, responsável pela destinação e desvio das emendas parlamentares, utilizando uma estrutura operacional armada para exigir a devolução dos recursos federais.
- Pastor Gil: Parte do núcleo político da organização, desviando recursos federais de suas emendas e negociando com prefeitos a devolução das verbas encaminhadas.
- Bosco Costa: Parte do núcleo político, também desviando recursos federais de suas emendas e negociando com lobistas a captação e desvio das emendas.
Defesas
A defesa do deputado Pastor Gil afirma que aguarda o julgamento da denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na Primeira Turma do STF, confiante na inocência do parlamentar. A reportagem tentou contato com Bosco Costa e Josimar Maranhãozinho, mas não obteve resposta até o momento. O espaço fica aberto para os esclarecimentos.
Por Camila Bomfim