A secretária municipal de Inovação e Projetos Especiais de São Luís, Verônica Pires, está em um abrigo na cidade de Kfar Saba, em Israel, onde cumpre agenda oficial como parte de uma comitiva brasileira. O grupo se encontra no país em meio à crescente tensão militar na região, após uma nova troca de ataques entre forças israelenses e o Irã.
Segundo relatos da própria secretária, os participantes da missão ouviram os sons de mísseis sendo interceptados, mas não houve explosões ou impactos próximos ao local onde estão hospedados. Verônica explicou que a estrutura onde o grupo se encontra, uma universidade, possui um abrigo antiaéreo.
“Temos uma mochila pronta com água e medicamentos. Quando o alarme toca, descemos imediatamente ao bunker e aguardamos cerca de 10 minutos até o sinal de segurança para retornar”, contou.
A comitiva brasileira é composta por representantes de diversos estados e do Distrito Federal. Desde a noite de quinta-feira (12), os participantes foram instruídos a buscar áreas protegidas após alertas das autoridades locais. O espaço aéreo israelense foi fechado, incluindo para voos civis e comerciais.
A Secretaria Municipal de Inovação e Sustentabilidade de São Luís informou que a secretária permanece em segurança, seguindo orientações oficiais e mantendo contato com os canais diplomáticos do Brasil. O prefeito Eduardo Braide afirmou, em rede social, que já foram iniciadas tratativas com o Ministério das Relações Exteriores para viabilizar o retorno seguro da gestora maranhense.
A Embaixada de Israel no Brasil divulgou nota confirmando que todas as delegações brasileiras que estão no país estão seguras. O Ministério das Relações Exteriores ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação.
Escalada militar entre Irã e Israel se intensifica
O conflito entre Israel e Irã se intensificou entre a noite de quinta (12) e a madrugada de sexta-feira (13). A nova onda de ataques teve início com uma ação da Força Aérea de Israel contra alvos em território iraniano, que resultou na morte de altas autoridades militares, incluindo Hossein Salami (chefe da Guarda Revolucionária), Mohammad Bagheri (chefe do Estado-Maior das Forças Armadas) e dois cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
Em resposta, o Irã lançou mísseis em direção a Tel Aviv e Jerusalém. O governo israelense afirma que civis foram atingidos. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que Israel “iniciou uma guerra” e prometeu um “destino amargo” como retaliação.
A crise atual se insere em uma sequência de confrontos iniciada ainda em abril de 2024, quando Israel atacou a embaixada do Irã na Síria. Desde então, os episódios de hostilidade entre os dois países vêm se intensificando, ampliando o risco de um confronto militar de maior escala no Oriente Médio.