Seis trabalhadores, sendo quatro do Maranhão, foram resgatados em condições degradantes durante fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em uma obra residencial de luxo na Chapada dos Guimarães (MT). A ação contou com o apoio da Polícia Federal.
Segundo relatos dos auditores-fiscais, os trabalhadores haviam sido recrutados por uma empresa terceirizada, que prometeu alojamento e alimentação adequados. No entanto, eles foram encontrados dormindo em colchões no chão ou em camas improvisadas com sobras de madeira, em um cômodo sem ventilação e higiene. Eles atuavam como pedreiros e serventes de pedreiro, sem registro em carteira.
Além da falta de condições dignas, a alimentação fornecida se limitava a arroz, feijão e macarrão. Para adquirir qualquer complemento, como carne ou produtos de higiene, os trabalhadores precisavam arcar com os custos. Os pagamentos eram feitos via Pix em nomes de terceiros, o que levanta suspeitas de fraude trabalhista e tributária.
Após o resgate, os trabalhadores foram levados para uma pousada e, em seguida, acolhidos pela Pastoral do Migrante em Cuiabá. Muitos relataram não ter dinheiro para voltar ao Maranhão, o que caracterizaria cerceamento de liberdade.
No dia 28 de maio, a fiscalização garantiu o registro retroativo e a dispensa formal dos trabalhadores, além do pagamento das verbas rescisórias. A empresa também foi notificada a regularizar outros oito trabalhadores que estavam sem carteira assinada, mas não viviam as mesmas condições dos resgatados.
O processo segue em andamento, com a análise de documentos e a apuração das responsabilidades trabalhistas, civis e criminais.